Antes de mais nada, olá, e sim, eu sei que o blog anda suuuper abandonado, mas prometo voltar aos poucos, ainda mais porque dia 24 agora ele completará 1 aninho!
Mas tive que vir aqui porque a notícia é das mais deliciosas! A Renata Rubim, nossa pioneira no design de superfície no Brasil, e também minha professora (pena que de pouco tempo!) de raportes, recebeu o IF Product Design Award por duas linhas de revestimentos!
A Renata criou essas duas linhas para a empresa Solarium (http://www.solariumrevestimentos.com.br/site/home/default.asp), sendo uma chamada de Praga, em homenagem a inspiração maior que foi das calçadas da capital da República Tcheca, e outra chamada Catavento, por todo o seu movimento visual!
Parabéns Renata! São ocasiões como esta que nos mostram o quanto é possível se fazer um bom design e o quanto isso merece ser reconhecido!
Peguei as fotos ilustrativas do site da Renata também gente! (http://www.renatarubim.com.br/)
Até =)
IF Award – Renata Rubim!
17 novJulia Fraia
21 julOutra grata surpresa que tive no Workshop Criativo de Superfície foi conhecer o trabalho da designer Julia Fraia. Lá, pude ver ao vivo e a cores (e que belas cores!) seus produtos, e posso dizer que profissionalismo e capricho são adjetivos dessa marca!! Bom, e o casasemchao ainda tem o prazer de tê-la como primeira entrevistada!
Julia é formada em Desenho Industrial e também estudou design gráfico. É uma apaixonada por fotografia e sabe se utilizar muito bem disso pra desenvolver ainda mais seu design. Começou a marca Julia Fraia no final de 2009 e já está entrando em sua terceira coleção! Participou da Bienal de Design e faz projetos exclusivos, ou mesmo personalizados dentro de suas coleções. E posso falar? Uma coisa que me chamou muito a atenção foi o cuidado com os tags de seus produtos, nele a Julia colocou uma foto de referência da estampa, e a história dessa, ou seja, você acaba conhecendo tooodo o trabalho que existiu por trás daquele resultado final! Muito bom!! E vamos a entrevista!
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csc – Julia, quando foi que você decidiu trabalhar com design de superfície?
Julia – Sempre fui uma grande admiradora do trabalho da Marimekko, empresa finlandesa que aplica estampas atemporais em diversos produtos e tem como lema que a felicidade é encontrada em pequenos momentos, na beleza do dia a dia. Em 2008 comecei a criar estampas nas minhas horas vagas, procurei tutoriais na internet sobre como fazer rapports e aos poucos foi surgindo a coleção Curto Circuito. Foi nessa busca que conheci o termo Design de Superfície, no livro da Renata Rubim.
csc – De onde surgiu a idéia de misturar fotos e estampas?
Julia – As estampas surgiram das fotos que eu “coleciono” com detalhes urbanos, como o caos dos fios elétricos, tampas de bueiros e ralos quebrados que formam uma estética muito interessante. São coisas que eu reparo quando ando pela rua e quando viajo. Queria mostrar isso para as outras pessoas, e levar essas formas do ambiente urbano para dentro de casa.
csc – Você pretende lançar seus produtos sempre em coleções temáticas?
Julia – Aplico o mesmo processo de criação do design gráfico e de produto nas coleções de estampas, isto é, parto de um briefing, busco conceitos e faço pesquisas e testes até chegar ao resultado final. Por isso todas as minhas coleções terão um forte conceito como base.
csc – Você foi chamada para participar da Bienal de Design, como aconteceu esse convite?
Julia – A Professora da UNESP, e Doutora em Design, Mônica Moura, foi a pesquisadora da equipe de Adélia Borges (curadora da Bienal Brasileira de Design 2010), que viu meu trabalho na internet e entrou em contato comigo. O tema da Bienal foi Design, Inovação e Sustentabilidade. Preenchi uma ficha explicando detalhadamente o meu trabalho e enviei fotos. 3 das 5 estampas que enviei passaram pela seleção final e fizeram parte da principal mostra da Bienal, ao lado de grandes nomes como Marcelo Rosenbaum e Goya Lopes.
A Julia tem um site, o www.juliafraia.com.br onde os produtos dela podem ser encontrados e as comprinhas serem feitas (ebaa!!) Para quem gosta de acompanhar em tempo real, também tem o twitter /juliafraia.
O casasemchao gostaria de agradece-la imensamente pela participação e desejar ainda maaaais e mais sucesso!! =)
Design de Superfície
19 julAndei meio sumida mas o motivo foi mais do que justo: participei semana passada do Workshop Criativo de Superfície, ministrado pela designer Renata Rubim. E posso dizer que foi acima de tudo, revigorante! Fui em busca de técnicas de rapport e acabei voltando com isso e com mais um monte de idéias, conceitos, inspirações, informações, enfim… várias coisas pra serem processadas!
O nosso dia-a-dia é cercado de várias coisas que tem sua superfície trabalhada, e muitas vezes nem nos damos conta disso. Coloquei alguns exemplos bem triviais, justamente pra afirmar isso da nossa proximidade com o design de superfície.
E desde não sei quando (rs..) sou apaixonada por estampas, ladrilhos, papéis de parede e várias outras coisas que tem desenhos “contínuos”… E foi por isso que comecei a rabiscar minhas próprias padronagens. A princípio desenhava por conta, ou seguindo briefings que recebia, mas há algum tempo resolvi de fato estudar o rapport. O rapport é na estamparia aquele desenho que vai se repetindo, ou seja, quando vemos um tecido, por exemplo, olhamos seu desenho e podemos identificar nele uma “área” que se repete. (na imagem, o rapport é a parte do desenho que está em preto e branco).
Emprestei alguns livros da Veka Haddad (http://vekahaddad.wordpress.com/) para pesquisar algumas técnicas e acabei conhecendo a Renata Rubim (www.renatarubim.com.br). Pioneiríssima na nossa literatura de design de superfície no Brasil, ela traz considerações muito boas sobre o assunto em seu livro. E quando eu achei o workshop dela, fiquei super animada!
A Renata nos passou as técnicas de desenvolvimento, nos deu dicas, nos ensinou a identificar melhorias e a realmente criar um rapport! Mas o melhor de tudo foi o que veio junto com isso! Foi uma troca de experiências incrível! Desenvolvemos exercícios muito bons de análise de trabalhos, de críticas construtivas, de feedback, de cores, e ainda pudemos dividir nossas vivências ensinando e aprendendo uns com os outros! E o fato é que esse tipo de convívio com certeza deixa a gente mais empolgada e satisfeita com a profissão!
O designer precisa ser um grande observador, ele precisa captar imagens, estuda-las, entende-las, transforma-las… desenvolve-las.. para criar uma coisa sua, nova e consistente. Ele precisa estar atento ao ambiente, às referencias que estão no cotidiano, ao novo que pode surgir de um ponto qualquer! 😉